Não sei quem
inventou palavras como “desculpa” ou “lamento” mas tornaram-se demasiado
banais. Pedimos desculpa com demasiada leviandade. Por um lado se os nossos
actos não fossem muitas vezes meros caprichos e correspondessem ao que
desejamos não sentiríamos necessidade de pedir desculpa, uma vez que não
quereríamos voltar atrás. Então se não nos arrependemos da escolha que fizemos
para quê voltar atrás e tentar o caminho que quisemos deixar em aberto? Por
outro lado pedir desculpa não muda o que foi feito, não apaga a dor que possamos
ter causado. E muito menos serve de algo se não for acompanhado por
arrependimento genuíno.
É certo que
temos o direito a pedir desculpa, mas também temos direito a não desculpar. Há
acções que nos marcam, há palavras que deixam feridas que teimam em não sarar e
temos o direito a não desculpar e a estar zangados. Aceitar o que não pode ser
mudado e seguir em frente, sim. Desculpar e permitir que pessoas que já não
reconhecemos continuem na nossa vida? Não.
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