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segunda-feira, 3 de março de 2014

Reverie

Às primeiras horas da madrugada, onde os sonhos se misturam com a realidade e deixam de ser comandados apenas pelo inconsciente, os meus desejos mais profundos ganham forma.
É nessas horas que sinto maior saudade. Saudade dos teus dedos a preencher os espaços das minhas mãos. Saudades do teu calor e da tua boca quente. Saudades do teu abraço que parecia ter a forma do meu corpo. Saudades da fina película que a água formava sobre o teu corpo. Saudades do teu sorriso de menino. Saudades das tuas mãos seguras no meu corpo nervoso. Saudades do brilho dourado dos olhos à luz do sol de Inverno. Saudades da tua respiração no meu pescoço. Saudades das palavras que murmuravas ao meu ouvido. Saudades de quando o teu corpo todo cabia apenas na minha mão.
Mas quando finalmente acordo apercebo-me de que isso foi noutra vida e nós éramos outros. Ou então já éramos os mesmos de agora só que não queríamos ver. 

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